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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ministro Haddad confessa que estava enganando os deputados



Em muitos aspectos, Fernando Haddad é o mais impressionante dos ministros de Lula — quero dizer, de Dilma Rousseff. Ele não costuma ser muito fiel aos fatos, tampouco às próprias palavras. Desta vez, ele exagerou. Ontem, ele se encontrou com um grupo de deputados e afirmou que:
a) o MEC não respondia diretamente pelo Kit gay que será distribuído nas escolas;
b) o material seria ainda submetido a avaliações; até uma comissão chegou a ser criada.
Demonstrei, no post anterior, que ele faltava com a verdade nos dois casos.
De certo modo, gosto de Haddad. Ele sempre me dá razão. Estrela do programa de rádio “Bom dia, ministro” de hoje, leiam o que afirmou:
“Não há nada programado nesse sentido (de alterações no material). Anteontem (terça-feira) houve a entrega do material encomendado que visa a combater a violência contra homossexuais nas escolas públicas do país. A violência contra esse público é muito grande; a quantidade de assassinatos tem inclusive aumentado, e a educação é um direito de todos os brasileiros, independentemente de cor, crença religiosa ou orientação sexual. Todo jovem, criança ou adulto, tem direito a se educar. Os estabelecimentos públicos têm que estar preparados para receber essas pessoas, orientá-las e apoiá-las no seu desenvolvimento”.
Haddad disse mais: uma comissão do MEC acompanhou toda a produção do material, ao contrário do que ele afirmou aos deputados.
Se o programa é autoritário nos propósitos — o estado se mete na vida das famílias com orientação que vai muito além da defesa da dignidade humana — e destrambelhado nos meios, ancora-se em falsas razões. Uma delas é a falácia do suposto aumento do assassinato de homossexuais. Não há estatísticas confiáveis — desafio alguém a exibi-las —, e os casos conhecidos, na maioria das vezes, como sabe a polícia, têm como assassinos garotos de programa, que são gays que praticam a prostituição. È claro que se gay mata gay, como é o caso, isso também é problema nosso, humano. Só não dá para responsabilizar os heterossexuais.
Todos, sem dúvida, têm direito à educação, e isso jamais esteve em debate. A questão é saber se a melhor maneira de pregar a paz social e o respeito às diferenças está na desconstrução da “heteronormatividade”, que é o espírito que orienta o material didático.
O colunista da Folha a que me referi no texto anterior pode ficar tranqüilo e pensar: “Pô, que bom! O ministro só estava mentindo para o Parlamento. A democracia está preservada!”
Por Reinaldo Azevedo

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