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segunda-feira, 2 de maio de 2011

É possível deixar de ser gay? Psiquiatra americano diz que sim, com muito esforço pessoal.


Gabriela Carelli
VEJA  Edição 1 700 - 16 de maio de 2001




Com palestras previsíveis, o encontro anual da Associação Americana de Psiquiatria é um acontecimento que raramente desperta a atenção da imprensa. Na semana passada, contrariando a tradição, uma pesquisa apresentada pelo psiquiatra Robert Spitzer, da Universidade Columbia, eletrizou o congresso com uma afirmação de grande repercussão: que os homossexuais podem tornar-se heterossexuais, se tiverem "disposição para isso". Para sustentar essa tese, ele mostrou o resultado de um estudo realizado com 200 gays que tinham procurado ajuda para mudar de orientação sexual. Pelos dados de Spitzer, 66% dos homens e 44% das mulheres conseguiram de fato. Seus colegas ficaram estarrecidos, pois desde os anos 70 a psiquiatria americana aceitou como dogma a tese de que terapias para mudar a orientação sexual carecem de bases científicas. Isso porque não se chegou ainda a uma certeza sobre a origem da homossexualidade. A maioria dos cientistas até acredita que a biologia possa ter papel determinante, o que dificultaria ainda mais os esforços de quem quer deixar de ser gay.
O assunto é tão pantanoso que no mesmo congresso dois psiquiatras de Nova York apresentaram outro estudo tentando provar exatamente o contrário. Neste, realizado com 202 homossexuais submetidos a terapia para mudar a orientação sexual, 178 fracassaram totalmente e apenas seis conseguiram o que eles chamaram de "mudança heterossexual". Essa pesquisa evidentemente não causou frisson, pois era o que todo mundo esperava ouvir. Toda adrenalina ficou por conta da afirmação de que é possível deixar de ser gay. Spitzer é um cientista acima de qualquer suspeita de animosidade anti-gay. Professor de uma das mais importantes universidades do país, ele presidiu a comissão que tirou o homossexualismo da lista de doenças mentais da Associação Americana de Psiquiatria, em 1973. A decisão foi seguida por psiquiatras de todo o mundo e ajudou a mudar o comportamento dos homossexuais. Com o aval científico de que não sofriam de uma patologia médica, eles puderam reivindicar sua aceitação pela sociedade na condição de gays. Não é à toa que agora ficaram furiosos com Spitzer. "Esse homem está voltando no tempo e colocando mais uma vez os gays numa posição de inferioridade", disse a VEJA David Elliot, porta-voz da Força-Tarefa Nacional de Gays e Lésbicas dos Estados Unidos.

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